QUEBRA-CABEÇAS

Ganhei de um amigo, há dois meses, um quebra-cabeças de 1.500 peças.
Eu não montava um quebra-cabeça desde que era criança. É
engraçado como nós deixamos de fazer certas coisas quando crescemos: quebra-cabeças, colorir, brincar com bonecas, pular corda, pique de esconder... Coisas que nos trouxeram tanta alegria quando criança, nós paramos de fazer quando alcançamos uma certa idade - é uma vergonha, não é?

Devo admitir, eu realmente aproveitei o quebra-cabeças. Embora muito frustrante às vezes, era um bom desafio. Cada vez que eu achava uma peça que se encaixava, era extremamente recompensador.
Bom, e daí?

Você já percebeu quantas semelhanças existem entre um quebra-cabeças
e a
vida?
Num quebra-cabeças, cada peça é parte muito importante no grande quadro. Na vida, são as pessoas e os acontecimentos as partes importantes. Como peças de um quebra-cabeças, cada um de nós é único, especial em seu próprio jeito. Embora semelhantes, não há dois iguais. Ironicamente, são nossas diferenças que nos fazem 'encaixar'.

Enquanto eu trabalhava no quebra-cabeças, havia uma peça que eu estava certa de pertencer à um ponto em particular. Mas não encaixava. Acabava voltando a ela tentando encaixa-la, me esquecendo que já havia tentado. Eu tinha meu pensamento focado no fato de que eu sentia que a peça era daquele espaço.

Penso em quantas vezes eu fiz a mesma coisa em minha vida. Tentando fazer acontecer coisas que simplesmente não era pra ser. Tentava várias vezes, chegava ao ponto de forçar, mas não era pra ser... e nada do que eu fiz mudou isso.


Se você já montou quebra-cabeças, sabe como é perder tempo procurando um pedaço específico. De repente parece tão obvio... mas eu não conseguia achar. Consegui foi embaralhar ainda mais as peças. Fiquei frustrada e decidi deixar pra lá e ficar longe dele. Quando voltei mais tarde, eu achei a peça imediatamente. Estava bem na minha frente desde o começo.

Minha vida foi assim muitas vezes. Tentava entender por que certas coisas aconteciam e do jeito que aconteciam. Procurava as respostas por todos os lados e às vezes as respostas estavam bem na minha frente. Era só dar uma paradinha, um pequeno passo atrás, respirar e acalmar que as respostas me encontravam.

Olhando as peças deste quebra-cabeças, eu penso nas 'peças' de minha vida: minha família, meus amigos, acontecimentos, marcos e celebrações.
Uma mistura de bom e ruim, alegria e lágrima, felicidade e tristeza.
Penso em todas as peças que imaginei sem importância e sem propósito. Reflito em todos as peças que em minha vida me fizeram perguntar... 'Por que, meu Deus?'... 'Por que isto?'

E repentinamente percebi que por causa dessas peças, outras peças se encaixaram tão bem.
Tudo em nosso vida acontece por uma razão. Cada acontecimento, bom ou mau, como uma peça do quebra-cabeças. Deixe uma peça de fora e se
quebra a harmonia inteira do produto final.


Talvez ainda não possamos entender o papel importante de cada peça em nossa vida, ainda existem muitos buracos e o quadro ainda não está claro. Mas sei que quando minha viagem nesta vida estiver concluída, e a peça
final estiver em seu lugar, eu entenderei. E serei capaz de ver o quadro completo e a beleza de cada peça.

Até lá, eu continuarei a viver com fé. Sabendo e confiando que todas as peças que eu preciso estão aí e que é só uma questão de tempo até que se encaixem bem. Lembrarei de que há um grande quadro, um plano para mim,
e que sou incapaz de ver agora.



Acreditarei que cada peça em minha vida, mesmo as dolorosas, têm
propósito e cumprem papel importante. E quando estiver fraca, procurarei força pela oração.


Farei isto até que a obra-prima de Deus em mim estiver finalmente
completa, e Ele então cochichará... 'Muito bom! Está feito!'.


Bhagavad Gita


De Yogananda
Bhagavad Gita



“Nada do que faço sou eu quem faz!”

Assim pensará quem se atém à verdade das verdades (...)

Sempre seguro de que este é o mundo dos sentidos

Que brincam com as sensações. (V: 8-9)

Realmente vê quem percebe que o esforço é praxe

no mundo da natureza, para o exercício da alma;

quem, apesar de agir, não é o agente. (XIII: 29)

Embora EU SEJA

sem nascimento, sem morte, indestrutível,

o Senhor de todas as coisas vivas, nada menos –

por Maya, por minha magia que imprimo

às flutuantes formas da natureza, à vastidão primeva –

venho, e vou, e venho. (IV:6)

Difícil é

ultrapassar o véu do divino das várias aparências

que me escondem; mas os que me adoram

o transpassam e chegam além. (VII: 14)

A GRANDEZA DO MAR






Você sabe por que o mar é tão grande?

Tão imenso? Tão poderoso?

É porque teve a humildade de colocar-se alguns centímetros

abaixo de todos os rios.

Sabendo receber, tornou-se grande.

Se quisesse ser o primeiro, centímetros acima de todos os rios,

não seria mar, mas sim uma ilha.

Toda sua água iria para os outros e estaria isolado.

A perda faz parte.

A queda faz parte.

A morte faz parte.

É impossível vivermos satisfatoriamente.

Precisamos aprender a perder, a cair, a errar e a morrer.

Impossível ganhar sem saber perder.

Impossível andar sem saber cair.

Impossível acertar sem saber errar.

Impossível viver sem saber viver.

Se aprenderes a perder, a cair, a errar, ninguém mais o controlará.

Porque o máximo que poderá acontecer a você é cair, errar e perder.

E isto você já sabe.



Bem aventurado aquele que já consegue receber com a mesma naturalidade

o ganho e a perda, o acerto e o erro, o triunfo e a queda, a vida e a morte.



Paulo Roberto Gaefke

Preghiera di San Francisco de Assis






Oração de

Francisco de Assis










Senhor,

faz de mim um instrumento de tua paz.

E que eu encontre primeiro,

em mim, a harmoniosa

aceitação de meus opostos.

Onde houver ódio,

fazei que eu leve o amor.

Aceitando o ódio que possa existir

em mim e compreendendo todas

as faces com que o amor pode se expressar.

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.

e que eu me permita ter domínio próprio para não ofender...

Onde houver discórdia, que eu leve a união.

E que eu aceite a discórdia como geradora da união.

Onde houver dúvidas,

que eu leve a fé.

Podendo, humildemente,

encarar minhas próprias dúvidas.

Onde houver erros, que eu leve a verdade.

E que a “minha verdade” não seja a única, nem os erros sejam só os alheios.

Onde houver desespero, que eu leve a esperança.

E possa, primeiro, conviver com o desânimo sem me desesperar.

Onde houver tristeza, que eu leve alegria.

E possa suportar a tristeza,

minha e dos outros, sendo alegre ainda assim.

Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Após ter passado pelo “vale” e ter aprendido a suportar todos os obstáculos...

Oh, Divino Mestre...

Faz que eu procure mais: consolar do que ser consolado,

E que eu saiba pedir e

aceitar consolo quando precisar,

Compreender,

que ser compreendido,

E me conhecer antes,

para ter melhor compreensão do outro,

Amar que ser amado,

Podendo me amar,

em princípio, para não cobrar o amor que dou,

Pois: é dando que recebemos,

E sabendo receber é que se ensina a doar,

E perdoando que se é perdoado,

E não se perdoa a outro

enquanto não há perdão por si mesmo,

E é morrendo que se nasce para a vida eterna.

E é vivendo e amando a Deus, a vida que se perde o medo de morrer !



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